segunda-feira, 21 de julho de 2008

11 VERDADES MÉDICAS

11 verdades médicas que até parecem mentira

Celular causa ou não câncer? Gente magra também tem problemas cardíacos? Ou isso é privilégio dos obesos? Descubra as respostas para essas e outras questões que deixam muita gente com a pulga atrás da orelha

Separar o joio do trigo, o mito da verdade, a médica americana Nancy L. Snyderman se incumbiu dessa missão no recém-lançado livro Medical Myths That Can Kill You and the 101 Truths That Will Save, Extend and Improve Your Life (algo como Mitos Médicos Que Podem Matar Você e 101 Verdades Que Vão Salvar, Estender e Melhorar Sua Vida). Best seller nos Estados Unidos, a obra procura derrubar lendas médicas que estão na boca do povo e lista o que há de comprovado cientificamente.

Nancy, que atende no Departamento de Otorrinolaringologia — Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade da Pensilvânia e é editora da área de saúde da rede de TV NBC, destrincha nos sete capítulos iniciais mitos como o de que adultos não precisam tomar vacina ou ainda de que somente indivíduos idosos estão passíveis de ter problemas cardíacos e derrames. O melhor do livro são os fatos verídicos, como os que estão selecionados ao longo desta reportagem. Mas, como boa especialista, Nancy deixa claro nas entrelinhas que não existe verdade absoluta na medicina. Confira!

1- Cuidado com a escova de dentes, Ela é um poço de germes.
Chega a ser mais suja do que a de cabelo. Pesquisas mostram que ela contém micróbios provenientes da boca, do banheiro (a descarga do vaso sanitário é uma propagadora de microorganismos) e até de escovas vizinhas. O microbiologista João Carlos Tórtora, da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, concorda e recomenda: “Não deixe o utensílio exposto. Guarde-o no armário ou num recipiente apropriado”.
2- A obesidade é contagiante.
A epidemia dos quilos a mais é algo socialmente transmissível. E aquele amigo ou sua cara-metade podem ser um dos agentes disseminadores de pneus — desde, é claro, que esbanjem uma barriga de chope, segundo pesquisadores da Universidade Harvard, nos Estados Unidos. Se um amigão se torna obeso, o risco de a sua cintura se expandir para os lados se eleva em 57%. “A convivência faz as pessoas adquirirem hábitos alimentares semelhantes”, endossa a endocrinologista Zuleika Halpern, de São Paulo.
3- Felicidade é sinônimo de saúde.
Nancy L. Snyderman cita a conclusão de um estudo da Universidade Carnegie Mellon, na terra do Tio Sam. Indivíduos que se diziam felizes ficaram menos vulneráveis aos efeitos deletérios dos vírus por trás da gripe e do resfriado. Outra pesquisa americana, dessa vez realizada com 678 freiras, mostrou o seguinte: as irmãs que empregavam palavras positivas com maior freqüência viveram em média dez anos mais do que suas colegas afeitas a expressões negativas.
4- Não, celular não causa câncer.
Essa dúvida assombra os usuários inveterados do telefone móvel. O aparelho funciona por meio de freqüência de rádio, um tipo de energia eletromagnética. Assim, cientistas ao redor do planeta vêm investigando há alguns anos se o uso prolongado do celular pode provocar tumores cerebrais. Até agora, escreve Nancy L. Snyderman, nenhum estudo conseguiu comprovar esse elo.
5- Quem vê cara......não vê coração.
Quando o assunto é saúde cardíaca, esse ditado descreve com perfeição a realidade de muita gente magra por aí. Isso porque ter um peso normal não é sinônimo de peito saudável. “Algumas pessoas, por exemplo, têm uma predisposição genética para níveis elevados de colesterol”, ensina Nancy. Daí, não adianta estar em dia com a balança. É preciso ficar de olho nas taxas da gordura para prevenir o entupimento das artérias.
6- Estresse e úlceras: nada a ver.
É o que afirma Nancy L. Snyderman. De acordo com a médica americana, tensão demais pode rimar com outras doenças, mas não com úlceras. O flagelo estomacal é em grande parte resultado da ação de uma bactéria que resolve estabelecer moradia ali: a Helicobacter pylori. Antibióticos bem receitados dão um basta a ela.
7- Menos sono, mais tristeza.
Noites maldormidas disparam a produção de cortisol, o hormônio do estresse. Aí, descreve Nancy, a pressão arterial sobe, as defesas baixam a guarda e a depressão se instala. “Quando o indivíduo não dorme direito, fica mais ansioso na noite seguinte”, faz coro. O neurologista Rubens Reimão, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Daí não prega os olhos como deveria. “O sono é um reparador físico e emocional”, conclui Reimão.
8- Viva o trabalho voluntário!
Engajar-se num trabalho comunitário, ajudar um vizinho ou simplesmente doar dinheiro. Tudo isso faz um bem danado. De acordo com Nancy L. Snyderman, pesquisas demonstram que quem dá mais a família e amigos do que recebe relata ter saúde de sobra.
9- Cantando na chuva.
O frio em si não provoca resfriados. Eles são causados por vírus — que, fique claro, nada têm a ver com os da gripe. Esses microorganismos podem ser transmitidos de indivíduo para indivíduo por meio de um simples aperto de mão, conta Nancy. Daí, basta levá-la à boca ou coçar o olho em qualquer estação do ano.
10- A caixa de remédios.
“Erra feio quem a deixa no banheiro”, sentencia Nancy. A farmacêutica Janeth Naves, da Universidade de Brasília, assina embaixo: “Não é bom guardar medicamentos em locais onde a temperatura, a luminosidade e a umidade podem variar muito”. O calor e a luz aceleram as reações químicas que degradam os remédios. E a umidade favorece o crescimento de fungos e outros germes que contaminam as drogas.
11- Ler com luz fraca.
Bobagem acreditar que passar os olhos pelas páginas de um livro num ambiente pouco iluminado é prejudicial à saúde ocular. Não é bem assim. “A visão fica mais cansada porque a leitura não está sendo realizada em condições ideais”, diz o oftalmologista José Álvaro Pereira Gomes, da Universidade Federal de São Paulo. “Mas isso não causa cegueira nem piora o grau.”

Nota: Apesar de tudo que lemos acima, muita coisa ainda nos deixa com uma pulga atrás da orelha, principalmente "verdades" que durante anos fomos levados a acreditar e aceitar. Cabe a você leitor decidir, se tudo que Nancy afima no texto acima é verdade.