É a maior campanha nacional de conscientização sobre a doença. Neste ano, o tema da campanha é a hipertensão em jovens e crianças. Nesse público, a hipertensão está geralmente associada à má alimentação e ao sedentarismo, por isso é tão importante promover a conscientização. A hipertensão está presente em 5% dos 70 milhões de crianças e adolescentes no Brasil. São 3,5 milhões de crianças e adolescentes que precisam de tratamento. "A hipertensão está cada vez mais presente nas idades mais jovens e não estamos nos dando conta disso", alerta o presidente do Departamento de Ligas da SBH e professor de Cardiologia da UERJ, Ayrton Pires Brandão. Segundo o pesquisador, há relação constante entre o sobrepeso e o aumento dos níveis de pressão arterial nessas faixas etárias. Muitas horas dedicadas ao computador e à TV e as guloseimas diárias oferecidas nas escolas e consideradas como refeições fáceis para o dia-dia dos pais estão relacionadas com o avanço da hipertensão em jovens e crianças.
A hipertensão é um mal silencioso e a ausência de sintomas bem definidos retarda o diagnóstico da doença que, muitas vezes, é feito somente quando problemas mais sérios aparecem. E quando falamos em problemas sérios, estamos falando de comprometimentos vasculares, tanto cerebrais, quanto cardíacos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, dentre os fatores de risco para mortalidade, a hipertensão explica 40% das mortes por AVC (Acidente Vascular Cerebral) e 25% daquelas por doença coronariana.
No Brasil, a principal causa de morte em todas as regiões do país é o AVC, o popular derrame, acometendo mais as mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, dos que sobrevivem à ocorrência de derrames, 50% ficam com algum grau de comprometimento. “A única forma de saber se a pessoa apresenta o problema é medir sua pressão em exames de rotina, realizados anualmente”, informa a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Centro Integrado de Terapia Nutricional.
A Sociedade Brasileira de Hipertensão recomenda que a pressão arterial deve ser medida regularmente, no mínimo, uma vez por ano, inclusive por aqueles que não têm ou desconhecem ter a doença. A recomendação se aplica também às crianças, a partir dos três anos de idade. Já para os hipertensos, a verificação da pressão deve ser muito mais freqüente para o controle adequado da doença.
Hipertensão no Brasil
Diagnóstico médico prévio de hiper-tensão arterial:
No sexo masculino, as maiores freqüências foram observadas em Recife (22,5%), Belo Horizonte (22,7%) e Vitória (23,1%) e as menores em Florianópolis (14,9%), Palmas (14,9%) e Brasília (15,5%). Entre mulheres, as maiores freqüências foram observadas em Recife (26,8%), Salvador (27,3%) e Rio de Janeiro (28,0%) e as menores em Palmas (15,3%), Teresina (18,4%) e Manaus (19,2%).
Gênero
Levantamento aponta que mais mulheres (24,4%) do que homens (18,4%) referem o diagnóstico médico prévio de hipertensão arterial. Em ambos os sexos, o diagnóstico de hipertensão arterial se torna mais comum com a idade, alcançando cerca de 5% dos indivíduos entre os 18 e os 24 anos de idade e mais de 50% na faixa etária de 65 anos ou mais de idade.
Fonte: Sistema de Monitoramento de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (Vigitel) do Ministério da Saúde.
Causas da hipertensão
Considera-se que a pessoa é hiper-tensa se, medindo a pressão arterial em repouso, obtêm-se valores acima de 140x90mmHg. Esses são os números de corte. Acima deles, a pressão é considerada elevada; abaixo, é normal. Esse valor independe da idade, tanto faz se a pessoa tem 20 ou 60 anos. Por isto, é tão importante medir a pressão regularmente. Como a hipertensão é uma doença assintomática, ela deve ser aferida regularmente, mesmo nas pessoas aparentemente livres da doença. “O intervalo entre uma medição e outra deve ser de no máximo um ano. Isso nos permite garantir um diagnóstico nas fases iniciais de uma eventual doença”, recomenda a médica.
Não se sabe ao certo a razão para o aparecimento da hipertensão arterial, mas fatores genéticos são os mais importantes, uma vez que a presença da mesma em um ou ambos os pais, já torna o filho um candidato a se tornar hipertenso também. Além disso, a hipertensão arterial tem características vasculares, neurológicas, nefrológicas, cardiológicas e endócrinas, o que a torna uma doença estudada e tratada por muitas especialidades médicas.
Do ponto de vista endocrinológico, sabemos que fatores hormonais são responsáveis pela redução da elasticidade dos vasos sangüíneos e, por conseguinte, pelo aumento da pressão arterial. A conseqüência, a longo prazo, é um trabalhoso esforço do coração para conseguir bombear o sangue nesse leito vascular estreitado, exercendo uma atividade de musculação contínua, diária, exaustiva, fazendo com que a musculatura do coração sofra hipertrofia como o bíceps de um halterofilista.
O excesso de peso também é um dos fatores causais da hipertensão. Ele é responsável pelo aumento de 2 a 6 vezes do risco de hipertensão. Os hipertensos com excesso de peso devem seguir programas para redução de peso. Segundo as IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, o IMC, Índice de Massa Corporal, deve ser inferior a 25kg/m2 e a circunferência da cintura inferior a 94cm para homens e 80cm para mulheres. Uma redução de 5% a 10% do peso inicial já é capaz de baixar a pressão arterial.
A dieta do hipertenso
“Entre as influências nutricionais na hipertensão arterial o sal é sem dúvida o fator mais importante, uma vez que seu excesso na dieta influencia não somente o agravamento da doença, como concorre para uma maior incidência de hipertensos em uma população sadia. Logo, comer menos sal faz parte da prevenção da hipertensão arterial e também do seu trata-mento”, explica a endocrinologista. Comer porções normais de sal implica em dois cuidados: não o adicionar na comida pronta e cozinhar com pouco sal. O ideal é que a pessoa ingira de 6g a 8g de sal por dia. Na verdade, se ela eliminar totalmente o sal no preparo das refeições, ainda assim estará ingerindo dois ou três gramas por dia, porque alguns alimentos já contêm um pouco sal em sua composição.
Fonte: Sociedade Brasileira de Hipertensão.
quarta-feira, 25 de abril de 2007
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