segunda-feira, 23 de abril de 2007

Driblando os Imprevistos

No primeiro dia de aula a professora de Educação Física Rosemary Lima chegou cheia de planos à Escola Municipal José Genésio em, Santos, litoral de São Paulo. Mas a quadra estava fechada devido a um desmoronamento. A quadra ficou interditada um semestre inteiro, inviabilizando suas idéias. Teve de deixar os esportes de lado e trabalhar com atividades que pudessem ser feitas na sala de aula. “Fui obrigada a rever meus objetivos”, conta. “Se o espaço da sala não permitia exercícios de resistência, eu partia para os de coordenação, que são tão importantes quanto.”

Pensei comigo mesmo depois de ler a reportagem e vi quantas vezes passamos pela mesma situação. Esse drible de imprevistos precisa fazer parte do planejamento de aula. Entrar na classe com uma idéia e perceber que ela não funciona acontece, mas ter a sensibilidade de refazer o planejamento o quanto antes é driblar os imprevistos.

Os professores de Educação Física que não trabalham em quadras cobertas, por exemplo, devem ter sempre a mãos “um kit de material para tempo ruim”, pois em junho, julho e agosto principalmente na Bahia é a estação de chuvas e se não tiverem um bom planejamento e criatividade, ficarão desmotivados na sala de aula e a criança que com chuva ou sem chuva quer praticar atividades físicas e lúdicas, acabará frustrada, fora a “habilidade” de manter os alunos numa sala de aula quando suas mentes e corpos anseiam por quadras, campos ou qualquer outro espaço que ofereça a eles liberdade para correr, brincar, pular e gritar.

Uma saída seria usar na sala de aula recursos audiovisuais, mas nem todas as escolas possuem estrutura para isso. O que fazer então? Uma sugestão seria incentivar os próprios alunos a driblarem os imprevistos, são os alunos criando e recriando jogos e brincadeiras que poderiam ser usados na sala de aula, já que a criança se adapta com mais facilidade que o adulto, às atividades físicas e lúdicas. Mas é importantíssimo o professor observar cada aluno individualmente e valorizar suas idéias e criações não importando quão ingênuas ela pareçam, pois no imaginário de cada aluno ele estará dando seu melhor, principalmente se tratando de séries iniciais, mas também é papel do professor avaliá-los e incentivá-los para que conseqüentemente eles busquem o melhor, fazendo sua própria auto-avaliação.

Planejar, criar, executar e recriar, recursos e atitudes fundamentais para uma boa aula, e os professores de Educação Física levam vantagem em relação aos professores de outras áreas, já que ele pode estar sempre variando e renovando seus conteúdos através de esportes, jogos e brincadeiras, que constantemente são criados e recriados o que não se repete em outras áreas, pelo menos com tanta freqüência, outra sugestão é a mudança do espaço físico das aulas, variando ora na quadra, ora na sala, campos, praias... bastando usar a criatividade e tenha certeza de que com os alunos vão vibrar.

Mas para que isso se torne uma realidade é necessária ao professor uma constante busca de conhecimento através do: estudo, leitura, diálogo, cursos... para um desenvolvimento cada vez maior de uma consciência critica que o estimule cada vez mais a alcançar novos objetivos, inovando conceitos e tradições, e assim driblar futuros imprevistos.

Prof. Emerson Nolasco.
nolasco2007@bol.com.br
71-9929-8984

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